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domingo, 17 de janeiro de 2010

Por que as coisas ruins acontecem se Deus é bom?




O mundo inteiro está ligado com o ocorrido nestes últimos dias no Haiti. Diante disso, surgem as velhas questões em relação a Deus. Onde Deus estava neste momento? Foi ele capaz de fazer isso com a aquele povo tão pobre? Porque Deus fez isso? Tais questões são levantadas quando ocorre algum desastre não causado por seres humanos.

Em nosso país todos os dias, acredito que alguém levante essas questões, pois muitos acidentes acontecem. Muitas pessoas levantaram questões com a tragédia do vôo da Air France, e da última tragédia das enchentes ocorrida em Santa Catarina. Todos os dias acontecem tragédias ao redor do mundo, e o questionamento levantado é o mesmo, porque as coisas ruins acontecem se Deus é bom?

Hoje, enfrentamos a realidade do mal moral (que é cometido por agentes morais independentes, incluindo coisas como a guerra, o crime, a crueldade, o conflito de classes, a discriminação, a escravidão, a limpeza étnica, homens-bomba e outras injustiças) e do mal natural (que inclui terremoto, enchentes, furacões e outros equivalentes). Deus é bom e Todo-Poderoso e, apesar disso, o mal existe. Em razão de o mal existir e de não poder ser conciliado com um Deus bom e Todo-Poderoso, muitas pessoas escolhem simplesmente a total rejeição da crença em Deus.

David Hume, H. G. Wells e Bertrand Russel, proeminentes pensadores, pertencem a esse grupo. Hume, de maneira sucinta, defendeu isso quando escreveu sobre Deus: "Ele quer evitar o mal, mas não é capaz? Então, Ele é impotente. Ele é capaz, mas não quer fazer isso? Então, ele é sádico. Ele é capaz e quer: então por que motivo o mal existe?" Se existe um Deus — Ele tem de ser totalmente bom e Todo-Poderoso —, assim há questionamentos quanto às atrocidades, como as que Hitler cometeu, o assassinato de seis milhões de judeus, que nunca deveriam ter acontecido.

Os cristãos, com certeza, concordam o que Hitler fez com os judeus foi um horrendo e inescrupuloso crime. Mas a categorização das ações de Hitler como mal faz surgir um importante ponto filosófico. Conforme muitos pensadores observam, se alguém afirma que o mal existe no mundo, primeiro, deve perguntar-se qual o critério adotado para julgar que alguma coisa é má. Como é possível julgar que determinadas coisas são boas ou más? Por qual padrão moral de devem avaliar pessoas e eventos?

Robert Morey, apologista cristão, explica desta maneira: Como você reconhece o mal quando o vê? Por meio de que processo você reconhece o mal? [...] Minha visão — como Sócrates, muito tempo atrás, já demonstrou — é a seguinte: para fazer a distinção entre indivíduos bons e maus deve-se ter um [padrão] universal ou absoluto. Uma vez que se admita isso, então,

O resultado final diz que, sem um ponto de referência infinito para o 'bem', a pessoa não pode identificar o bem nem o mal. Apenas Deus pode esgotar o significado ilimitado de bem. Portanto, sem a existência de Deus, não há 'mal' nem 'bem' em um sentido absoluto, pois tudo é relativo (muitos afirmam). O problema do mal não nega a existência de Deus. Na verdade, ele a exige.

O ponto, portanto, é que é impossível distinguir o mal do bem, a menos que se tenha um ponto de referência ilimitado do que é absolutamente bom. Caso contrário, seria como alguém que estivesse em um bote no mar, em uma noite encoberta e sem bússola — quer dizer, não haveria como distinguir entre o norte e o sul. Deus é nosso ponto de referência para distinguir entre o mal e o bem.

Penso que Chuck Swindoll está correto quando diz: "A soberania de Deus alivia minha ansiedade. Ela não afasta minhas questões. Ela afasta minha ansiedade. Quando me apoio nisso, sinto-me liberto da preocupação". Na verdade, ele afirma: "A soberania de Deus, liberta-me da necessidade de entendimento. Não preciso ter todas as respostas. Acho fácil, em momentos críticos, dizer a certos indivíduos: 'Você sabe, eu não sei. Não posso deslindar o plano total do Senhor nisso tudo'".

Certa vez Blaise Pascal disse que o destino de Deus é ser eternamente mal compreendido. Isso, com certeza, é verdade quando surge o problema do mal. Algumas pessoas compreendem tão mal a Deus que chegam a concluir que Ele não é absolutamente bom; ao menos, não da forma que concebíamos ser seu caráter. Alguém já disse assim: "Como o mal pode ser compatível com a idéia de um Deus que é ativo no comando deste mundo? Há calamidades naturais: incêndios, terremotos e inundações. No passado, estas coisas foram chamadas 'atos de Deus'".

O sofrimento do ser humano não é novidade. Ele parece ser uma realidade sempre presente na raça humana, e isto veio a surgir em conseqüência da desobediência humana Gn. 3:5-7.

Em Jó 5.7 registra-se o seguinte: “Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar". Em Jó 14.1 afirma-se: "O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação”.

Há muito tempo, coisas ruins têm acontecido a pessoas boas, até mesmo com as pessoas de Deus dos tempos bíblicos. Quem pode esquecer o horrível sofrimento de Jó (ele perdeu a família e suas posses)? Davi, que estava para se tornar rei de Israel, por anos a fio, foi caçado e perseguido pelo ciumento e furioso Saul (1 Sm 20.33; 21.10; 23.8).

A esposa de Oséias foi infiel (Os 1.2; 2.2,4). José foi tratado de maneira cruel por seus irmãos e vendido como escravo (Gn 37.27,28). João Batista, a mando da enteada de Herodes, foi decapitado (Mt 14.6-10). Paulo, inúmeras vezes, foi jogado na prisão, sofreu naufrágio, foi açoitado e deixado para morto e muito mais (2 Co 11.25).

Ás vezes, os cristãos chegam a pensar que quem obedece a Deus e procura ser um bom cristão não passará por sofrimentos horríveis. Entretanto, se coisas ruins aconteceram com Jó, João Batista e o apóstolo Paulo, com certeza elas podem acontecer com os bons cristãos.

Mesmo diante de todas as coisas ruins que acontecem ao nosso redor, ainda nos falta um espírito de gratidão a Deus por tudo o que Ele tem feito em nossas vidas. O apóstolo Paulo reconheceu isso em suas tribulações: “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”. (2Co.12:9)

Você já agradeceu hoje a Deus por está vivo? Já agradeceu a Ele por sua família está bem? Será que você teria coragem hoje de fazer uma troca de família com as vitimas do Haiti? Acredito que não! Então louve a Deus por sua vida, e saiba que os seus pensamentos não são os pensamentos do Senhor assim como diz Isaías:
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” .(Is. 55:8-9)


Alguns caminhos de Deus continuarão a ser um mistério para
nós!

Fonte de pesquisa: RHODES, Ron. “Porque as coisas ruins acontecem se Deus é Bom.”
Daniel Tavares

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O desejo não satisfeito


O que seria a insatisfação?

Nós fomos feitos à imagem de Deus. Temos uma capacidade interna ou, ainda, uma necessidade interna de nos relacionarmos com Deus. Deixar de fazê-lo significa falhar como ser humano. Alcançar a realização pessoal é se deixar ficar pleno de Deus. Nada que seja transitório jamais poderá satisfazer essa necessidade. Nada que não seja Deus jamais sequer aspirar a tomar o lugar de Deus. Contudo, por causa da natureza decaída do homem, existe agora uma tendência natural de procurar fazer outras coisas preenceherem essa necessidade.


O pecado no afasta de Deus e nos tenta colocar outras coisas em seu lugar. As coisas criadas são assim colocadas como substitutas de Deus. Todavia, elas não satisfazem.


Esse fenômeno é um fato conhecido desde o alvorecer da civilização humana. Em um de seus diálogos, Platão compara os seres humanos a jarros que estão vazando. De algum modo, estamos sempre incompletos. Podemos despejar coisas nos recipientes de nossa vida, mas há algo que impede que o jarro fique cheio. Estamos sempre parcialmente vazios e, por esse motivo, temos uma consciência profunda de falta de completude e de felicidade. “Aqueles que já experimentam o vazio sabem que deparam com um tipo de fome, ou vazio, peculiar; nada que é terreno pode satisfazê-lo” (Diogenes Allen).[1]


A insatisfação pode nos conduzir decididamente à estrada que nos levará à descoberta do Deus pessoal. Jean-Paul Sartre referiu-se insistentemente à verdade desconcertante de que não podemos achar felicidade em nada que seja humano ou criado.


Existe um sentimento de insatisfação em relação a Deus, e não de insatisfação com Deus, uma insatisfação com tudo o que não seja Deus e que, em última análise conduza a Deus. Sartre tem razão: o mundo não pode nos satisfazer.


Não é preciso esperar pela eternidade para experimentar Deus; essa experiência pode começar agora, ainda que de modo imperfeito. Por sermos criados por Deus à sua imagem, nós o desejamos; por sermos pecadores, não podemos satisfazer esse desejo por nossa própria conta, quer colocando algo no lugar de Deus, quer obrigando-o a vir a nós. Por isso, brota em nosso íntimo um sentimento de frustração e insatisfação.


Você já notou o que acontece quando deseja muito alguma coisa e então se consegue ela? Um emprego novo, um casa, um cônjuge, uma qualificação importante, um automóvel, um aumento de salário? Começamos a desejar essas coisas. “Quando eu conseguir tal coisa, ficarei satisfeito e nada mais pedirei da vida” Mas as coisas não funcionam desse jeito. No momento em que satisfazemos o desejo do nosso coração, já não nos sentimos mais satisfeitos. Queremos mais. Queremos Algo diferente. Um velho provérbio expressa bem esse ponto: “O melhor da festa é esperar por ela
Quantas pessoas passam o resto de suas vidas investindo o tempo em algo que não lhes trarão conforto, nem segurança, nem paz e felicidade completa. Jovens que vão para muitas baladas ou a até mesmo o carnaval, muitos deles viram a noite em seus prazeres carnais e voltam totalmente vazios para os seus lares, muitos deles com a ressaca e desiludidos com a vida. Contudo, eles continuam a procurar novas aventuras, tentam procurar algo que venha os satisfazer os seus desejos.


Deus? quem quer saber de Deus nesta era globalizada e cheia de insegurança e crueldade. A Frieza que vem varrendo a terra tem levado a muitos ao abandono da crença em um ser eterno e pessoal.


O vazio tem dominado os corações de muitos famosos também; Quem imaginaria que Borris Becker, tenista famoso, pudesse se sentir esmagado por essa sensação de desesperança e vazio e que, por isso, quase tenha tirado a própria vida? Apesar de todo sucesso, faltava-lhe algo.


“Fui campeão em Wimbledon por duas vezes, uma delas na qualidade de tenista mais jovem a vencer ali. Eu era rico. Tinha todos os bens materiais que desejava: dinheiro, carros mulheres, tudo [...]. Sei que isso é clichê. É aquela velha história sobre cinema e artistas de cinema que cometem suicídio. Eles têm tudo, e mesmo assim são infelizes [...]. Eu não tinha paz interior. Sentia-me uma marionete.”

Lembramos também de Jack Higgins, escritor de thrillers no auge de sua carreira, autor de romances campeões de vendas como The Eagle has Landed [A águia pousou]. Certa vez, perguntara-lhe o que ele sabia agora que gostaria de ter sabido quando criança: “Que quando se chega ao topo”, teria dito o autor, “descobrimos que não há nada lá”. Estes são exemplos em que o mundo da cultura secular nos oferece.


Esta é a realidade meu caro amigo(a), você pode ser famoso ou ter muito dinheiro. Porém saiba que isso não é tudo em sua vida. Veja o que diz a Bíblia: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt.16:26)


Você não estará livre deste desejo insatisfeito por simplesmente ser religiosos, frenquentar por muito tempo uma igreja seja ela qual for, mas estará livre disso quando você entender quem é de fato Jesus Cristo. Ele disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.”(Mt. 11:28).


Só estaremos satisfeitos com Jesus Cristo o filho de Deus! Você tem outra opção melhor? Qual é? Me mostre? Se ela fornecer algo que irá preencher o ser humano por completo, sendo ela também melhor do que Deus, você já deveria ter publicado ou falado para o mundo que anda em busca de uma resposta para sua insatisfação.

Algumas citações aqui foram extraídas do livro: Apologética Cristã no século XXI.
[1] Diogenes ALLEN, The Trances of God (Cambridge: Cowley Publications, 1981).

Daniel Tavares