Ao longo da história das artes marciais, muitos homens têm buscado o aperfeiçoamento com o objetivo maldoso, alguns com o foco em apenas em desafiar os mais fortes, isto com o fim de obter honra e glória.
Os grandes lutadores de renome, eram assim conhecidos por suas técnicas fatais, onde se poderia eliminar o oponente
com um só golpe. Mas, nem todos buscaram a arte marcial com esse fim. Investir
na educação, tanto da criança como do adulto, sempre foi o alvo daqueles que
buscaram com lealdade praticar a arte marcial de forma positiva. Vamos analisar
dois argumentos a respeito.
Argumento negativo
O preconceito com a artes
marciais em nosso país ainda pode ser perceptível pela maioria dos cristãos. Para muitos é inadmissível um cristão envolver-se nesta arte. Os motivos principais da rejeição, encontra-se devido a filosofia e a
religião oriental, sem esquecer que para eles, ela pode promover ou estimular a
violência.
No que diz respeito a religião
dentro das artes marciais, temos exemplos como o Muay Thai, onde os praticantes fazem
uma dança ritualística antes de começar o combate;es isto porque a maioria dos tailandeses seguem o budismo. Já no Sumô, os praticantes iniciam o combate
jogando sal na arena para espantar os espíritos malignos. Na capoeira, diversas músicas são entoadas, sendo que muitas delas estão presentes em
centros de macumba.
O editor do site vivos, em uma
de suas postagens na internet a respeito das artes marciais, diz:
“As filosofias diversas, não
devem encontrar lugar no coração do homem que procura santificar-se e ser
instrumento nas mãos do Senhor Deus. É preciso que haja discernimento no
Espírito, afinal, a vida que nos é proporcionada deve ser exclusivamente para a
honra e glória do Eterno, e isto com todas as forças possíveis. E nesta visão,
é preciso abrir-se mão de muitas atitudes aparentemente normais e inofensivas à
vida espiritual.
Ocasionalmente recebo e-mails de
pessoas que se dizem evangélicas, no afã de descaracterizar a condição
filosófica das artes marciais, inclusive relatando sucessos na disseminação do
evangelho por esse canal. Eu lamento, mas, não consigo ver e não reconheço o
mover de Deus através de meios sabidamente contrários a Seus princípios.
O que é mais
importante, agradar a Deus ou satisfazer os anseios da vontade? Veja os conselhos
do Senhor, através da Bíblia:
“Não vos ponhais em jugo desigual com
incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade?
Ou que comunhão, da luz com as trevas?” 2 Co 6:14;
“Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai
como filhos da luz...E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas;
antes, porém, reprovai-as” Ef 5:8, 11;
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do
Filho do seu amor”. Cl :13;
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. 1Pe 2:9;
“Não imitem os costumes dos povos que eu vou expulsar dali, conforme vocês
forem tomando posse da terra. Eu fiquei aborrecido com eles por causa das
coisas imorais que faziam.” Lv 20:23;
Não se deixe levar por vãs filosofias e toda sorte de doutrinas; seja fiel,
santo, puro e cheio do Espirito Santo, assim de tu fluirá um rio de água viva.[1]”
Estas são as objeções negativas
referentes à prática das artes márcias para um cristão. Mas, estaria ele
verdadeiramente certo em seus argumentos? Faz-se necessário uma forte avaliação
a respeito disso.
Argumento Positivo
As artes marciais vêm sendo usado como
método de ajuda emocional e física para muitos, ou seja, uma melhora na saúde. O bem-estar
tem sido notado na vida de muitos praticantes, onde até mesmo muitos eram
dominados pelas drogas e o álcool. Alguns têm
praticado com intenção de divulgar o evangelho aos perdidos, visando também tirar
muitas crianças do caminho das drogas. Mesmo com esses benefícios, as pessoas
têm praticado com a visão no que diz respeito a esporte, sem esquecer ou ignorar o fato que muitos
atletas vêm se destacado em grandes competições e até mesmo nas olimpíadas.
A filosofia das artes marciais não
influencia a uma certa idolatria ou paganismo. Até porque nem todos os
professores têm ensinado as filosofias com o intuito de converter ou mudar o
aluno pra uma determinada crença. É verdade que muitas das artes marciais do
oriente possuem suas raízes na filosofia e cultura oriental, onde em certo
sentido ela traz consigo aspectos das religiões orientais. Entretanto, todo e
qualquer praticante não vai primeiramente a busca de praticar com esta
intenção. Muitos, se interessam simplesmente por outros motivos, seja o de
praticar um esporte, fortalecer o corpo e preservar uma boa saúde. Pois doutro
modo, não procurariam uma academia, e sim um centro religioso da qual deseja
fazer parte.
Infelizmente, hoje estamos mais
expostos as filosofias nas universidades do que em uma academia de artes
marciais. O mundo está cheio de filosofias bem fortes, onde negam a verdade
absoluta das Escrituras. Não podemos afirmar e nem classificar o que Deus quer
usar quando Ele deseja salvar o pecador ao Seu modo. É evidente que Deus não
usou um só padrão categórico para salvar quem Ele quer. O comportamento e testemunho de vida de um cristão, pode evidentemente proclamar as
boas novas em qualquer lugar, onde quer que ele esteja.
O grande problema em tudo que fazemos,
é simplesmente o exagero, o que de fato nos leva ao pecado. Tentar substituir
Deus por qualquer coisa e desconsiderar a pessoa de Deus, é destrona-lo. Seja
um cristão fiel ou não, ele corre o risco de querer fazer tudo ao seu modo e se
rebelar contra Deus, caso não tenha um equilíbrio espiritual. É necessário ter
uma disciplina espiritual, afim de não ser levado por quaisquer influências
negativas.
Cuidar do corpo faz parte da vida de
qualquer ser humano que deseja ter uma boa disposição mental e física. O
cristão de sã consciência das Escrituras nunca vai querer viver de forma
grosseira e brutal com o próximo. Pois agindo assim, ele estará dando um péssimo
testemunho, para a igreja, para a família, e para os seus amigos praticantes da
mesma arte, se assim o fizer.
Alguns lemas usados nas academias de
Karatê para auto disciplina do aluno são: “Respeito acima de tudo;
Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão; criar um intuito de esforço;
conter o espirito de agressão”.[2] Tais pronunciamentos são de
importância ética moral na conduta do praticante de Karatê. Para algumas
academias, o aluno que deixar de cumprir esses normas, estará sujeito a ser
expulso. No karatê são conhecidas como “Dojo-kun” (código de ética).
Muitos versículos correm o risco de serem mal interpretados
e aplicados contra aqueles que praticam. Textos como já citados: “Não vos
ponhais com jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver
entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? (2Co
6:14); “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor;
andai como filhos da luz...E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das
trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5:8, 11); Tais textos não
são bem aplicados para isentar o cristão de praticar artes marciais. Não há
como o cristão sair de modo completo do mundo a não ser pela morte. Estamos
cara a cara com o mundo dia após dia. Concordar e aceitar o sistema do mundo é
uma outra questão.
Mas, o que significa separar-se do
mundo? Quando um crente vai ao restaurante e senta-se junto a alguém que bebe,
ele não estaria assentado na roda dos escarnecedores? Quando vamos a um museu e
contemplamos um quadro pintado por um artista que não é cristão, ladeados por
outros visitantes também incrédulos, não estamos nos juntando aos pecadores?
Pensando nesses termos, a resposta obviamente é não. A igreja não pode pensar
em se isolar geograficamente do mundo...viajamos em ônibus e aviões rodeados
por pessoas boas e más, ou seja, para onde formos estaremos inseridos no meio
de incrédulos. Não há como fugir dessa realidade e nem tentar explicar ou
aplicar tais textos para se ausentar da suposta comunhão com os incrédulos.
Nenhum praticante verdadeiramente
cristão, vai se preocupar em querer lutar ou desafiar pessoas, mas ele vai
querer lutar contra algo que lhe atrapalhe o seu crescimento na jornada cristã.
Ele deverá pensar do mesmo modo que o apóstolo Paulo, quando diz: “E todo
aquele que luta de se abstém; eles os fazem para alcançar uma coroa
corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim, não como uma coisa
incerta; assim combato, não como batendo no ar”(1 Co 9:25-26). E em
outra ocasião ele diz: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne,
e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef.
6:12). O escritor aos hebreus declara: “Ora, na vossa luta
contra o pecado, ainda não tendes resistindo até ao sangue” (Hb 12:4).
[1]http://pt.www.vivos.com.br